O conhecimento
liberta, contudo não separa da Realidade. A loucura separa, entretanto não
liberta. A imaginação liberta e separa! A imaginação é um perigo e uma
vantagem!
Sartre,
Jean-Paul (1905-1980).
Na experiência
estética, a imaginação manifesta ainda, o acordo entre a natureza e o sujeito,
numa espécie de comunhão cuja via de acesso é o sentimento. O sentimento acolhe
o objeto, reunindo as possibilidades do eu numa imagem singular. É toda nossa
personalidade que está em jogo, e o sentimento despertado não é o sentimento de
uma obra, mas de um mundo que se descortina em toda sua profundidade, no
momento em que extraímos o objeto do seu contexto natural e o ligamos a um
horizonte interior. Esse sentimento, portanto, “não é emoção, é conhecimento”.
Dufrenne,
Mikel (1910-1985).
Um sensitivo é um
embaixador de Deus na Terra. Contudo, nem todos são elevados para merecerem o
nosso crédito. “Existirão muitos profetas, mas em nem todos deves confiar!”. O
sensitivo sente o que a imaginação intui. Esse é o nosso futuro e essa é a
próxima Seleção Natural da espécie humana.
Algum
palestrante num Centro Religioso.
Kaká ontem entrou em algum buraco
de minhoca em seu sonho. Disse que já havia armado a rede de pesca. Felipe o
atacou fingindo fosse um zumbi, na tentativa que o menino acordasse e partisse
para o quarto dele, na outra casa. Eu estava rindo na cama ao lado. Seria essa
a felicidade? A tal felicidade que a amiga Izildinha me falou? Apegar-me as
tais coisas simples? As brincadeiras lúdicas, as dimensões dos sonhos, ao ter
os irmãos tão próximos? Não é o suficiente, não é! Está numa canção que aprendi
francês na voz de Carla Bruni! É uma expressão francesa e não vou buscar agora
pesquisar para traduzi-la. Mas a nossa cabeça manca de nós! Talvez não seja a
melhor das referências, mas as referências valem a pena e são realmente
aprendidas quando mexem com o nosso sentimento, e naquele momento foi o
necessário para que eu entendesse em tão bela língua.
Eu penso em como você está
distante, penso em como queria entrar nesse buraco negro e ti ver do outro lado
da sala e todo o resto do mundo desaparecesse para que a gente pudesse
conversar e acertar os nossos ponteiros. Não vai acontecer nessa Terra, meu
amor? Nesse corpo, nessa consciência, para que eu escorregue de novo a mão em
seu rosto e lhe de um beijo na face? Onde as frases se completavam como se não
fosse a gente dizendo? Em que espaço a gente estava naquele momento? Como
aquilo foi possível? Como aquela semana existiu na Terra?
Eu penso agora em você desenhando
a freira com a foice na mão, a expressão do que você me contou naquele
telefonema fora de hora de como foram os seus anos morando no convento em São
Paulo. Contou também das disputas que estavam acontecendo no grupo da internet
e eu nem tava ligando para aquilo que pareciam as rodas e cartas da infância,
mas agora numa rede mais ampla e numa idade de maior competitividade. Penso que
você estaria com medo que eu me interessasse por aquilo e não prestasse a
devida atenção no seu diálogo. Eu estava era muito doido naquela época e
escrevendo, escrevendo muito. Mas eu ouvi cada detalhe da sua fala e aquilo
mexeu comigo.
Eu já disse antes: ninguém pode
ter essa empatia com alguém que não dividiu a infância primeva. Tudo está de
certa forma ligado. As pessoas é que ainda não estão “ligadas” disso.
Então pergunto ao meu anjo
guardião: Vocês gravaram tudo aquilo em outro planeta? Porque eu terei que ver
de novo! É a minha única suplica, porque não devo vê-la mais nesse Tempo e
nesse estado de coisas. Então aquela foi a forma perfeita da nossa Obra, e eu a
quero para mim! Eu a quero gravar, crivar na Estrela de Luz!
Aquilo acabou e nós não somos os
únicos nessa Terra. Eu mereço mais que essa lembrança. A outro alguém por ai e
lerá o que eu estou escrevendo. E eu estou limpo de nós para recebê-la! Leia,
entenda e venha!
Eu estou cansado. Eu não sinto
Cristo porque você não está do meu lado. Todos não entendem e parecem todos
serem os nossos inimigos. Eu os quero todos fora dessa nossa vida por um tempo,
e a nossa lua de mel será por um século pelo que eu tenho feito por eles que
não me amam. Ou me amam errado, me amam de forma egoísta e essa merda já me
prejudicou por mais que eu mereça aguentar! Fora isso, eu sou o meu maior
inimigo! Eu não consigo conter o meu sentimento dentro do meu corpo, eu me
confundo e deixo você escapar.
Se eu tenho conhecimento disso, é
porque eu sei que isso vai acontecer! E não terá ninguém olhando! Não terá
ninguém nublando o nosso sentimento! Até lá, carregarei essa coroa de espinhos
porque eu vislumbro onde é o fim dela, e é feliz! Eu somente agradeceria muito
se fosse nesse estado em que estou hoje.
Por favor me encontre. Tenho
dinheiro para duas passagens para Suíça. Um pouco para o começo. Não dá para ir
para outra dimensão, mas dá para sumir do meio dessa dor e confusão. Dá para
ser feliz!
Você conhece o meu nome, eu não
conheço o seu, mas nós podemos nos entender. Você me entende?
8 de dezembro de 2015.